Olá, preguiçosos!
Hoje terei o prazer de resenhar um novato entre as leituras obrigatórias da Fuvest: "Minha vida de menina", um diário escrito pela autora Helena Morley no início de sua adolescência na pacata cidade de Diamantina entre 1893 e 1895.
Pouco após a proclamação da república e a abolição da escravatura, Helena, uma moça astuta e esperta, começa a escrever um diário a pedido de seu pai.
"Cada dia acho mais razão no conselho de meu pai de escrever no meu caderno o que penso ou vejo acontecer. Ele me disse: 'escreva o que se passar com você, sem precisar contar às suas amigas e guarde neste caderno o futuro as suas recordações'."
Neste diário, de forma ingenua e sincera, ela descreve sua família, que é extremamente religiosa, seu cotidiano e alguns fatos históricos verídicos da província onde vive.
"Adoro fazer castelos e cada dia faço um mais lindo... Os que tenho feito ultimamente são tão bons, que até gosto de perder o sono só para pensar neles. Não me importo de realizá-los e nem penso mesmo nisso. Fazê-los me basta."
A personalidade de Helena é diferente das meninas da região e por muitas vezes ela sofre com seu gênio forte.
"Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada a ficar à toa que seria castigo para mim. Mãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza é que a amofina."
Esta é uma obra para ser apreciada tranquilamente. É um livro gramaticalmente "fácil" e leve, ao contrário das demais leituras obrigatórias.
O diário, considerado autobiográfico, só foi publicado em 1942, período considerado modernista. Apesar de ser atribuído a Alice Brant, cujo pseudônimo é Helena Morley, alguns dizem que a autora escreveu adulta.
Não podemos deixar de ressaltar o período histórico do livro. O Brasil passava por um momento de transição política. Questões como esta podem ser abordadas no vestibular. Espero ter ajudado, até a próxima!
DICA: Baseado nesta obra, o filme "Vida de menina" pode te ajudar a fixar as ideias do livro.
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